quarta-feira, 20 de junho de 2007

"Então subitamente olhou com desgosto para tudo como se tivesse comido demais daquela mistura. 'Oi, oi, oi...', gemeu baixinho cansada e depois pensou: o que vai acontecer agora agora agora? E sempre no pingo de tempo que vinha nada acontecia se ela continuava a esperar o que ia acontecer, compreende?" (C. Lispector, Perto do Coração Selvagem)

Pros meus dias ocos, mornos, planos, inférteis, protocolares, desbotados, secos, amelódicos

Pros meus dias de coração deserto, de café frio, de tristeza batida, de notícias velhas, de domingos intermináveis, de poeira acumulada, de flores murchas, de água parada

Pros meus dias sem tempero, sem perfume, sem forma, sem assunto

...Brinquedinhos bobos de palavras.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Petits plaisirs et desplaisirs

Lilian aime:


Cheiro de chuva

Cheiro de café passado na hora

Manhãs ensolaradas de inverno

Sorrisos

Abraços bem apertados



Lilian n'aime pas:


Café frio e fraco

Coisas mal feitas

Dias quentes demais

Silêncios longos

Narizes empinados

segunda-feira, 11 de junho de 2007


Florzinha que eu ganhei hoje do Caiame, meu ex-aluno...
: )

sexta-feira, 8 de junho de 2007

(Ballet do Senegal 1)
Dançar muito, sempre, subir, descer, rodar, girar até o mundo cair. Dançar e soltar a alegria que fica sempre escondida dentro da concha. Dançar e sentir a loucura tomar a cabeça, até que a cabeça seja de novo corpo, só corpo, sem pensamento. Que é pensar que desbota a vida.

Brincar no eixo, sair do eixo, não ter mais eixo. Só enlouquecendo um pouco é que é possível viver.

E então a poesia do corpo, gestos de renda brincando no ar, sem rumo, sem
linha, sem alvo, sem tempo. Gozo puro do presente, na ausência de memória, de consciência, de desejo.