quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Pequena homenagem a Deborah Kerr, que faleceu hoje, aos 86 anos:

Debora Kerr e Burt Lancaster em A um passo da eternidade (1953), no beijo mais famoso da história do cinema.

sábado, 13 de outubro de 2007

Embriagai-vos!

Henri de Toulouse-Lautrec, Au salon de la rue des Molins, 1894
(www.toulouselautrec.free.fr)


É necessário estar sempre bêbado. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e voz faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.

Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor. Contanto que vos embriagueis.

E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder:

- É a hora da embriaguez! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.
Baudelaire: paradoxalmente um clichê, em tempos tão comedidos, tão politicamente corretos. É certo que a embriaguez de que fala o poeta não é somente a de Baco, mas é certo também que não somos ébrios nem mesmo de virtudes...
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De forma que este é um post nostálgico, singela homenagem à perdida boemia de um Rimbaud, encharcada de vinho e absinto, dos cabarés esfumaçados de Toulouse-Lautrec (com quem compartilho a obsessão por meias pretas), de um charme lânguido e um tanto devasso...
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Trilha sonora para o post (na voz de Liza...):
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What good is sitting alone in your room?
Come hear the music play.
Life is a Cabaret, old chum,
Come to the Cabaret.
(Fred Ebb)


sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A vida é invenção

Tudo é escritura, ou seja, fábula. Mas para que nos serve a verdade que tranqüiliza o honesto proprietário? A nossa verdade possível tem de ser invenção, ou seja, escritura, literatura, pintura, escultura, agricultura, psicultura, todas as turas deste mundo.

(cap. 73 de O Jogo da Amarelinha, Cortázar)
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Vídeo com depoimentos sobre Vinicius. Me toca especialmente o de Ferreira Gullar, que rendeu o título deste post:


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O mundo é um moinho
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Ainda é cedo, amor
mal começaste a conhecer a vida
já anuncias a hora de partida
sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco a tua vida
e em pouco tempo não serás mais o que és

preste atenção, o mundo é um moinho
vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
vai reduzir as ilusões a pó...
Ouça-me bem, amor

Preste atenção, querida
de cada amor tu herdarás só o cinismo
quando notares estás à beira do abismo
abismo que cavaste com teus pés

(Cartola, 1976)


Lindo, lindo... Ultimamente não me sai da cabeça...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

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Desagradável sensação de estar à deriva.
Sem "irmandade com as coisas", como já diria Álvaro de Campos.
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Petits desplaisirs - II


Lilian n'aime pas:


Academicismos

Intelectualóides

Posers



http://odelicadodavida.blogspot.com/2007/08/petits-plaisirs-ii.html