domingo, 13 de maio de 2007

O delicado da vida

Nunca pensei que um dia teria um blog. Mas está aí meu primeiro, nas suas primeiras linhas.

Acho que ele veio pela necessidade que tenho tido de gestos de delicadeza. Às vezes, ganho alguns de presente (como o conto da Isabel Allende que ganhei da Mazoo), o que prefiro, mas na maior parte do tempo tenho que procurar por eles.

Vou buscando minhas "esponjas de rimas" na Clarice (sempre, e por isso ela não podia deixar de estar aqui desde o início), no Pessoa, Drummond, Bandeira, Raduan e tantos outros...

Às vezes vou à Amélie (que pode ser a Poulain ou a minha gatinha branca), ou ao Kieslowski de "A liberdade é azul", ou ao Kaufman de "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", ou ao Carvalho de "Lavoura Arcaica", entre outros...

Ou então é uma música, uma lembrança aconchegante, ou é simplesmente ficar rodopiando sozinha no meio da sala...

Bom, o blog é isso: pequenos gestos de delicadeza pra tornar a vida um pouco mais fácil...

***
Só para começar: fiquei hoje cantarolando uma música que a gente cantava no teatro, em momentos especiais. Não conheço ninguém do grupo a quem essa música não tenha marcado. Às vezes, quando preciso, ela volta. Não sei quem é o autor, nem se a letra está totalmente correta - só aprendi a cantar. Eis:

"En una palangana hierra
Siempre violetas para tí
En una palangana hierra
siempre violetas para tí
Y andando cerca del río
En un caracol vacío
En un caracol vacío
Acho un cochucho para tí
A las cosas que son feas
Pones un poco de amor
A las cosas que son feas
Pones un poco de amor
Y verás que la tristeza
Y verás que la tristeza
Y verás que la tristeza
Va cambiando de color."

P.S.: adoro a palavra "cochucho", embora não saiba exatamente o que ela significa...